Diário
do Nordeste/CE - Edição de 24/6
O
Diário do Nordeste/CE - edição de 24 de junho,
publicou um artigo "Em vez", onde em seu primeiro parágrafo
o autor escreve: "Ao longo dos anos de casado, já tivemos
um sem número de empregadas domésticas, as secretárias
do lar."
A
FENASSEC e todos os sindicatos filiados enviaram várias correspondências
de esclarecimento.
O
Jornalista Hélio Passos publicou o seguinte artigo no dia
08/07/2001:
Empregadas
(I)
Recebi
um maço de cartas de várias partes do país,
a propósito da crônica publicada neste espaço
no último dia 24, sobre o péssimo comportamento das
empregadas domésticas que trabalharam em minha casa. Num
trecho eu as trato de "secretárias do lar", profissão
- agora estou sabendo - que não existe. A que existe, determinada
em lei, é mesmo "Empregada Doméstica", com
seus direitos e deveres. A profissão de "Secretária",
com maiores e diferentes qualificações, é regida
pela Lei 7.377/85, que exige formação específica
e cuja denominação é "Técnico em
Secretariado" (para os que têm formação
profissionalizante) e "Secretário Executivo" (para
os que têm formação superior), "terceira
profissão que mais cresce no mundo, segundo estatística
divulgada pela ONU", conforme nos esclarece Ana Maria Netto
da Silva, presidente do Sindicato das Secretárias e Secretários
de Santa Catarina e Vice Presidente da Federação Nacional
das Secretárias e Secretários.
Empregadas
(II)
Muitas
outras cartas detalham a Lei 7.377/85, mas vou evitar mergulhar
nela porque aqui não se trata de um arrazoado jurídico,
e sim de simples esclarecimento sobre o assunto. A experiência
me ensinou que as empregadas domésticas - que tem seu papel
importante na sociedade e não merecem discriminações,
pois gente ruim existe em toda profissão - não gostam
desse tratamento, enquanto enchem o peito, bobamente, quando chamadas
de "Secretária do Lar", ou seja, gostam de ser
tratadas pela profissão que não existe. Ora, todas
as pessoas têm o direito inalienável de procurar, pelo
trabalho, os meios de se realizarem, como fazem as domésticas
e as secretárias. Lembrando apenas um paradoxo - é
mais fácil parecermos dignos dos empregos que não
temos do que daqueles que exercemos. |