PROFISSÃO SECRETÁRIA - ÉTICA E RESPEITO A UM NOME
Datado da XI dinastia, por volta do ano 1.500 AC, os primeiros registros da profissão, já naquela época, a diferenciavam dos demais trabalhos existentes.
De lá até aqui o percurso longo, repleto de transformações, enfrentou caminhos que se estenderam do ser mulher ao ser profissional, até atingir a maturidade neste final de século.
A necessidade crescente de profissionais que soubessem e pudessem transformar idéias, trazendo-as para o mundo real, através da expressão da palavra escrita ou datilografada, profissionais que materializassem acordos e contratos entre pessoas, empresas e países, cada vez mais se acentuavam.
Enfim profissionais que tivessem a capacidade de unir interesses comuns, dar-lhes um sentido, direção e fecho criativo, após doutores advogados, sábios em economia, engenharia, medicina e tantas outras profissões, discutirem a mesma idéia, jamais poderiam ser encaradas no mundo do trabalho como "iguais".
No início dos anos 80 assumimos, após longo processo de transformação, toda complexidade das nossas "diferenças", iniciando então a luta para termos os mesmos direitos no mundo do trabalho. Até que em 1985, através da Lei 7377, no dia 30 de setembro transformamos o que era cargo ou função em profissão.
De lá para cá o mundo do trabalho não só mudou, mas vem sendo reconstruído sucessiva e continuamente, numa descoberta que parece eterna entre a aplicação do que às vezes é considerado antigo e o que é considerado novo em termos de busca de soluções para os seres humanos criarem condições de adaptabilidade, tanto às novas formas de administração empresarial, como às novas formas de produção e comércio.
Nossa profissão continua seu processo de unir, transformar e trazer idéias para a realidade, através agora da digitação, da Internet e deste mundo conectado que vivemos.
Na verdade mais de acordo com nosso trabalho, esse novo tempo contribuiu para melhorar tanto em termos de quantidade, como e principalmente de qualidade todas as nossas atribuições.
Apenas como um exemplo, haverá quem lembre de contratos ou propostas datilografados e pode compará-los com contratos e propostas de hoje, digitados. Ou mesmo as formas de participação em reuniões, onde os integrantes podem participar pessoalmente ou pelo sistema de teleconferência. O que antes era impossível, hoje a ata desses interesses comuns reunidos fica pronta ao término da reunião, pelo sistema integrado de reconhecimento de voz, onde o que é discutido é registrado e organizado, simultaneamente, pelo profissional de secretariado que assessora a reunião.
Bem, estes são simples exemplos de transformações da nossa profissão e que, seguramente, há 1500 anos AC seriam impensados, como é impensado e insensato o sentimento de que ser chamado de assistente, auxiliar administrativo ou assessora é "melhor" ou mais "importante" do que ser chamado de Secretária ou Secretário.
Ironicamente essas funções ou cargos, dependendo da empresa, servem apenas para negar ao profissional que se especializou em secretariado, os direitos previstos em lei.
Em outras empresas são nomenclaturas adotadas por modismos de administração, que nem sempre acompanham a cultura e a realidade dos países que adotam tais modismos, causando mais transtornos do que benefícios para as empresas, servindo como alegação absurda de que naquela organização "não existem secretários", por exemplo.
Em outros casos, infelizmente a minoria no Brasil, esses apelidos são apenas recursos de mercados e não descaracterizam a profissão e nem desrespeitam a legislação, pois a empresa reconhece que as atribuições do assistente, assessor ou auxiliar administrativo são na verdade privativas do profissional de secretariado.
Não podemos deixar de avaliar, ainda, a tendência existente em alguns países de "transformar" secretária em assistente. Até por participarmos de reuniões periódicas na área internacional, da nossa organização profissional, podemos afirmar com tranqüilidade que ser secretária em outros países nada tem a ver com ser secretária no Brasil.
Portanto, vale lembrar, neste 30 de setembro, nosso dia nacional, que nossa profissão é uma profissão que possui passado, presente e que nosso futuro vem sendo bem construído, com muito estudo, preparo, investimento e orgulho!
Em nosso caso particular, respeitamos, defendemos e batalhamos por essa profissão nos 5 continentes, há mais de 10 anos e se por acaso encontrarmos algum profissional que sinta vergonha de ser secretária ou secretário, responderemos com tranqüilidade: você não merece esta profissão, não nos envergonhe!
A oportunidade de constatar o compromisso ético e o respeito profissional será em nosso XII CONSEC - Congresso Nacional de Secretariado e III SIMISEC - Simpósio Internacional de Secretariado, que será realizado de 7 a 11 de novembro no Anhembi, onde teremos integrantes da área de secretariado de todo o Brasil e de diversos países, bem como professores, coordenadores, estudantes, profissionais aposentados e da ativa, discutindo nosso futuro profissional.
Visite nosso site www.fenassec.com.br, descubra os sindicatos estaduais que trabalham com e por você, nossas programações, trabalho e luta, desse maravilhoso mundo que é ser profissional de secretariado!
Valorize o que é seu! Valorize e respeite sua profissão! Participe.
Leida Borba de Moraes
Presidente Fenassec
(Leida Borba foi a presidente da Fenassec no período de 1988 a 2001, quando afastou-se da diretoria para tratamento de saúde, vindo a falecer no dia 16 de março de 2009).
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