Não
foi possível deter a veiculação e a exibição
do cartaz do filme intitulado "Secretária". Entretanto,
é importante ressaltar que, nessas oportunidades, independente
de conseguirmos reverter a situação não consideramos
perda de esforços, visto que é uma oportunidade de mostrar
para esse grupo da sociedade que o perfil do profissional de secretariado
não é e nunca foi esse. Além de atualizá-los
quanto ao novo perfil da profissão, que acompanhou as mudanças
e a inserção de novas tecnologias no mercado.
Registramos nossa indignação e protesto contra o filme
e respectivo cartaz, mostramos que a categoria está unida e
atenta a quaisquer fatos ou segmento que procure denigrir a imagem
da profissão.
Agradecemos as manifestações enviadas à Federação
e continuaremos alertas a qualquer tipo de publicação
que venha a prejudicar a imagem do profissional de secretariado brasileiro.
Atenciosamente
Maria Bernadete Lira Lieuthier
Presidente
Está
em cartaz um filme com o título "Secretária".
Além da história do filme não retratar um profissional
de secretariado (resumo abaixo) acompanha ainda um cartaz que muito
menos tem a ver com nossa profissão.
A Fenassec tem tentando, sem sucesso, entrar em contato com a empresa
Imagem Filmes, distribuidora do filme no Brasil.
Também estamos vendo junto ao Conar - Conselho Nacional de
auto-regulamentação Publicitária, uma forma de
tirar o filme de cartaz.
Neste momento pedimos a todos os profissionais de secretariado que
entrem no site www.conar.org.br e enviem uma ficha que existe no final
da página "RECLAMAÇÕES SOBRE PROPAGANDA"
Contamos com o apoio de todos!
Maria Bernadete Lieuthier - Presidente
Sinopse
do Filme "Secretária"
"Secretária chega ao Brasil credenciado pelo prêmio
de originalidade que recebeu no Festival de Sundance. Permite uma
radiografia interessante do que é, afinal de contas, esse Sundance
tão falado, que o ator Robert Redford criou no Utah, batizando
seu instituto (e o festival que ele promove) com o nome de seu personagem
em Butch Cassidy, grande êxito de Hollywood no fim dos anos
1960. Sundance é hoje reconhecido como a principal vitrine
da produção independente nos EUA. Mas Sundance mantém
uma relação, no fundo, ambígua, com o cinemão.
Os executivos dos estúdios garimpam novos talentos no festival
e as oficinas de roteiros que o Sundance promove pelo mundo são
sempre, no fundo, para aprimorar - num conceito não muito distante
de Hollywood - a arte de contar a história.
O que Sundance
faz é estimular uma maneira conservadora de inovar. Boa parte
da produção independente dos EUA vive nessa contradição:
é inovadora, em termos. Não radicaliza, apenas não
segue a receita de efeitos milionários do cinemão. São
filmes mais comprometidos com pessoas, o que não representa
pouca coisa. Secretária é típico. A idéia
do filme é bem tradicional - a secretária de miolo meio
fraco e o patrão vão descobrir que foram feitos um para
o outro -, mas a forma de narrar a história toma algumas liberdades
com o que seria uma comédia romântica feita pela cartilha
de Hollywood. O mesmo filme poderia ser refeito com Jennifer Lopez
ou Sandra Bullock e, formatado para elas, o que há de ácido
em Secretária teria de ser consideravelmente diluído.
É o que
faz a graça do filme. Até atingir seu sonho de Cinderela,
a pobre secretária, que se chama Lee, sofre um bocado. É
bom definir o que seja esse sofrimento. São as pequenas humilhações
cotidianas que quem está no comando costuma submeter, às
vezes sem sequer dar-se conta, as pessoas que dele (ou dela) dependem.
O tema de Secretária é a submissão. Passa por
um calvário físico. Logo na primeira cena, Lee se amarra
toda para desempenhar tarefas burocráticas com competência
e elegância. Não é fácil para ela e, por
isso, logo após esse prólogo entra o letreiro que informa:
seis meses antes...
Nesse vaivém
do tempo, Shainberg constrói suas cenas. A da armadilha, as
das sucessivas broncas que o chefe, E. Edward Grey, dá na secretária
até aquela, politicamente incorreta, em que ele cansado, aplica
um corretivo na moça - e ela e a platéia acham aquilo
o máximo. Secretária está longe de ser um grande
filme, mas é um filme que você não pode perder.
Maggie Gyllenhaal é ótima atriz e ainda há esse
lado, digamos, didático para se discutir as alternativas americanas
à dominação de Hollywood. (L.C.M.) " |