A MULHER E O TERCEIRO SETOR
Faustino Vicente *
A evidente desigualdade econômica acabou por provocar desastrosas consequências sociais,especialmente, nos paises menos desenvolvidos. O progressivo,e agressivo,distanciamento entre a pobreza e a riqueza, é a chaga mais viva que envergonha a sociedade. É imperativo não perder a sensibilidade de se indignar.
Essa constrangedora situação despertou, nos últimos anos, o espírito de solidariedade de pessoas que chamaram para si a responsabilidade social de um movimento denominado Terceiro Setor.
O primeiro setor é o Governo e o segundo a iniciativa privada.O voluntário é o destacado protagonista do terceiro setor pela nobreza que tem, de partilhar o mais precioso tesouro do desenvolvimento integral das pessoas - o saber. Empreendedor, generoso e sonhador, o voluntário é, antes de tudo, uma pessoa de muita fé.
Neste setor encontram-se os mais diversos tipos de instituições sem fins lucrativos, parte delas chamadas de ONGs - organizações não governamentais. Elas tem a missão de sensibilizar empresários, políticos e, a sociedade como um todo, à colaborarem das mais diversas formas, que assegurem condições dignas e mínimas à população carente.
O empreendedorismo feminino tem feito história, num setor que movimenta bilhões de dólares e gera milhões de empregos, mundialmente.Essas atividades têm corroborado para a construção de uma sociedade mais justa economicamente e mais igualitária socialmente.Esse fenômeno, ganhou força, no Brasil, na última década, podendo ser comprovado pela realização do grande número de eventos, objetivando dar visibilidade e integração aos mais variados projetos focados na cidadania.
Sobre o tema, o IPEA (Instituto da Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou, recentemente, um levantamento nacional que revela que 59% das 782 mil empresas privadas consultadas, tem atuação neste setor.
As descobertas científicas e as inovações tecnológicas provocaram profundas transformações nas instituições sem fins lucrativos, que, além dos fundamentos religiosos e humanísticos, devem implementar estratégicas e técnicas inovadoras de gerenciamento empresarial. A conduta ética, o domínio de conceitos e práticas da melhoria contínua de processo, e a excelência no atendimento e no relacionamento com a comunidade são indispensáveis à sustentabilidade de qualquer empreendimento.
Quando afirmávamos,numa palestra, que o crescimento do Terceiro Setor tem sido espetacular fomos questionado se não achavamos que as empresas estão, apenas, fazendo marketing, em nome da caridade. Responsabilidade social estaria sendo exibida como grife. Repetimos, aqui, a resposta no citado treinamento.
Existem três tipos de empresas: a primeira - faz responsabilidade social por valores éticos e humanísticos, enraizados em sua gestão; a segunda é aquela que só faz por marketing e a terceira, que faz pelos dois motivos. Os três casos não apenas são legais,como merecedores de aplausos, pois contribuem para a viabilização de desenvolvimento de projetos educacionais, culturais,esportivos e artísticos que têm como meta a promoção humana.
O essencial é que essas ações deixem de ser episódicas e passem a ser sistêmicas. Nota-se que doações de empresas privadas e verbas governamentais,cada vez mais, estão sendo vinculadas a comprovação da eficácia da gestão das instituições sem fins lucrativos. É preciso que se faça justiça às centenárias entidades beneficentes, muitas delas de origem religiosa, fontes inspiradoras do atual movimento de responsabilidade social .
Nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, deve-se destacar que já não são as mulheres que seguem as tendências mercadológicas e sociais, mas tais tendências é que seguem o novo estilo de vida conquistado pela mulher.
* Consultor de Empresas
e-mail: faustino.vicente@terra.com.br - tel.(011) 4586.7426 Jundiaí/SP
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