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MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL DO ESTADO DO PARANÁ - 23/7/2002 Elas têm o controle das corporações Cristiane Montanarin As novas exigências do mercado de trabalho provocaram uma mudança no perfil de várias profissões. Uma das ocupações que passou por uma verdadeira revolução foi a de secretária, ou melhor, secretário, já que a profissão não é mais exclusividade das mulheres. Além de um mercado de trabalho promissor, quem opta pela função e está bem preparado para desempenhá-la, consegue salários médios de R$ 2,5 mil. De acordo com a professora Mirian Daitchmann Daldegan, diretora-adjunta do curso de Secretariado Executivo da PUCPR, antes as atividades das secretárias eram mais restritas ao atendimento a gerência. "Atualmente, a secretária tem que desempenhar múltiplas funções de acordo com a especificidade de cada organização", explicou. Na avaliação da professora, diante dos diversos pedidos de empresas que procuram pelos profissionais, é possível afirmar que o mercado de trabalho está em expansão. "Profissionais bem preparados conseguem excelentes colocações e boas remunerações", destaca. Mirian conta que alunos do primeiro período do curso conseguem atuar como estagiários com remunerações de R$ 600, mais benefícios. Para um estudante do último período, a possibilidade de ganho sobe para R$ 1,5 mil e, para um profissional formado, o salário médio é de R$ 2,5 mil. Porém, destaca a professora que, para conseguir salários maiores é necessário que o profissional, além de dominar mais de um idioma, conheça informática e preencha outros requisitos. "Além de competência e discrição, requisitos básicos para qualquer profissional, quem quer seguir a carreira também precisa ter iniciativa, bom senso, maturidade emocional e sólidos conhecimentos", salienta. Mudanças - A professora conta que, para se adequar as novas necessidades do mercado, a PUCPR mudou toda a grade curricular do curso. No vestibular da instituição a concorrência é de dois candidatos por vaga. O curso de secretariado executivo também é oferecido pela Universidade Tuiuti do Paraná, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá. Pesquisa traçará perfil de secretárias Uma pesquisa, que deverá ficar pronta em meados de setembro deste ano vai mostrar o perfil do profissional que atua no ramo de Secretariado Executivo no País. De acordo com Ana Maria Neto da Silva, presidente do Sindicato dos Profissionais de Secretariado em Santa Catarina e presidente da Federação Nacional da categoria para a Região Sul, e que está coordenando o estudo, o trabalho foi iniciado em novembro do ano passado. Ele é realizado através de questionário respondido por todos os envolvidos no processo como secretárias, executivos, estudantes e docentes do curso de Secretariado. "Através dos resultados vamos poder identificar o perfil do profissional, onde ele trabalha e quais atividades executa", afirmou. Para Ana Maria, de posse dos resultados, a Federação pretende iniciar um trabalho de conscientização da população. "Queremos sufocar o estigma de que a profissão de secretária está acabando e também mostrar que a função requer formação não podendo ser executado por qualquer pessoa. Mesmo depois de 12 anos da regulamentação da profissão, muitas pessoas ainda não estão atentas para a mudança que ocorreu no mercado", avaliou. Hoje, existem cerca de 2 milhões de profissionais atuando como secretários no País, sendo aproximadamente 50 mil apenas no Paraná. Ana Maria afirma que para obter destaque na profissão, o profissional de secretariado precisa dominar as novas tecnologias da informação, idiomas, ter redação própria e capacidade para assessorar o executivo em todas suas ações. "O novo executivo tem um perfil diferente, por isso, o profissional de secretariado executivo também precisa acompanhar esse perfil", conclui. Atualização - Para a aluna do 5º período do curso de Secretariado Executivo da PUCPR, Patrícia Pinto Ribeiro, 24 anos, dinamismo e atualização constante são alguns requisitos necessários para quem pretende atuar na área. Patrícia trabalha no setor de Coordenadoria de Pesquisa da PUC e acredita que a imagem antiga da secretária está mudando. "A função da secretária não é simplesmente a de atender telefone ou servir café, mas o de filtrar o trabalho e assessorar a pessoa que ocupa o cargo de chefia", diz. Ela conta que sua mãe, que também está cursando Secretariado Executivo, foi a responsável pelo incentivo para que optasse pelo curso. (CM) |
